Texto Curatorial

Texto Curatorial

Ao colocar em evidência a tela como superfície, a arte moderna rompeu definitivamente com o paradigma do ilusionismo da arte. Ou seja, passamos a olhá-la como objetos em si, a experimentar com novos materiais e transformá-los para além da necessidade de representar. Significante e significado se entrecruzam, de mero elemento que recebe a camada de tinta da pintura, o tecido como categoria e como poética ganha visibilidade na arte contemporânea. 

Especialmente concebida para a Casa Fiat de Cultura no ano em que se comemora o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, EntrePanos propõe uma experiência de apropriação, transgressão ou transmutação do têxtil como desejo de autoapresentação estética. Esse tecido que nem sempre é confeccionado com fios, adquire outras materialidades ao compor uma trama poética e se transforma no protagonista da experiência artística da exposição ora apresentada. 

Como metalinguagem das camadas entre a pele e o pensamento, tecemos uma relação com as dimensões transcendentais dos Mantos, com momentos de Ruptura, com as transformações dos Suportes, e que permeiam as sutilezas dos Imaginários de nossos desejos, aspirações e fantasias ao evocar o têxtil em suas múltiplas facetas. Assim, trazemos referências históricas como a reprodução do manto usado por Tarsila do Amaral, o New Look de Flávio de Carvalho, a obra de Regina Gomide Graz em tecido, ou os desenhos de indumentárias e figurinos de Vicente do Rego Monteiro e Flávio de Carvalho para correlacionar arte moderna com a produção artística contemporânea. 

Esse fio condutor reverbera nas obras de Alex Flemming, Aline Bispo, Antônio Bokel, Arthur Bispo do Rosário, Arthur Scovino, Beth Moysés, Claudia Andujar, Efrain Almeida, Grupo Corpo, Hélio Oiticica, Jum Nakao, Leo Piló, Leonilson, Lídia Lisboa, Lyz Parayzo, Martin Lanezan, Nazareth Pacheco, Ronaldo Fraga, Rosana Paulino e Yan Copelli, que reformulam a subjetivação inerente ao material como elemento ativo do discurso. 

O que queremos evidenciar é que existe um eixo comum atemporal, que transcende a eterna tentativa de romper com os cânones da arte, para encontrar um espaço onde a singularidade da criação é manifestada.

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